Olá, Você já ouviu falar em um método que remeta as palavras abaixo?
Linhas de Erro: agir autista;
Rede disciplinada, repetitiva e ordenadas;
Em vez de intervir diretamente, propôs que as pessoas se afastassem e tentassem apenas traçar os movimentos das crianças autistas
Não se trata de interpretar o comportamento das crianças, mas de identificar/ localizar espacialmente;
Centros de significância territorializantes;
Cartografia é componente integrante do processo de territorialização;
Cartografia como método de organização do trabalho pedagógico;
O espaço se torna território, um corpo comum, graças ao traçar;
Mapas;
Códigos;
Símbolos;
Alcançar o ver autista, ver, identificar, localizar, tudo aquilo que atrai a criança autista e a conecta a atividades);
Subjetividade (para alcançar o nível impessoal e infinitivo do autismo; traçar sem fim, traçar por traçar);
Homem ‘normal’, ‘são’ (para alcançar um território comum, um Nós comum, dividido por pessoas ditas normais e pessoas autistas);
Linguagem discursiva (para alcançar uma linguagem comum não verbal: linguagem do traçar).
O método que aborda todos esses conceitos é o método cartográfico de Deligny. Vamos conhecer um pouco mais obre esse assunto?
Fernand Deligny
(1913-1996)
A pedagogia de Fernand Deligny é pouco conhecida no Brasil, sendo que apenas um livro foi traduzido no país em 2015, a maioria dos periódicos de Deligny encontram-se na língua francesa. Porém suas pesquisas acabam tomando outra dimensão ao longo do tempo,devido ao fato de elas serem voltadas para o tema de inclusão e educação especial.
Diversas áreas como: filosofia, educação, arte e literatura fundamentaram seu ato pedagógico. Durante cinquenta anos trabalhou em pesquisas direcionadas a crianças e jovens autistas, pessoas consideradas a parte da sociedade, dementes. O trabalho desse pedagogo foi dividido em duas etapas.
A primeira delas iniciou em 1938 e se estendeu até 1965. Durante esse período,ele realizou trabalhos pedagógicos em meio a segunda guerra mundial no “hôpitalpsychiatriqueà Armentières e nomeou sua experiência como la grande cordée, relacionando o termo corda com cooperação. Deste modo, guardas e cuidadoras colaboravam com as atividades cotidianas relacionadas a arte, escrita e leitura, retirando o foco patológico e inserindo uma responsabilidade coletiva junto ao processo pedagógico inserido.
Já em 1967 iniciou-se a segunda etapa de seu trabalho, (sendo este denominado como “aracniano”)realizado na França, mais especificamente na região de Cévennes. Sua denominação derivou de estudos na área de etnologia a respeito do estudo das aranhas.
Já seu conceito tem por finalidade referir-se à aspectos de coletividade, realizando-se assim trabalhos coletivamente com crianças e jovens autistas, assim como suas famílias e os educadores, sendo que todos eles viviam no mesmo espaço rural, porém dividido em acampamentos.
Deste modo, a ideia era formar uma “teia” coletiva que vivesse próxima as crianças autistas para poder acompanhar os diferentes comportamentos e desenvolvimentos das pessoas denominadas assim. Para isso, foram utilizados como instrumentos registros topográficos, sendo estes constituídos respectivamente por mapas comportamentais desses indivíduos, símbolos e glossários, assim como as “linhas de áreas de estar” que apontavam o funcionamento das crianças e jovens observados.
Sendo assim, Deligny utilizou a cartografia como método de organização de seu trabalho pedagógico, constituído por mapas e símbolos que identificavam e caracterizavam os comportamentos das pessoas autistas, linguagem, enfim aspectos que pudessem descrever a nomenclatura acima.
Deste modo, a pedagogia de Deligny procurou investigar, observar, e não acomodar-se diante do diferente. Seus pensamentos são críticos e opostas às ideias de adaptação impostas pela sociedade de controle, de consumismo, realizando assim, durante meio século investigações e experiências pedagógicas de extrema relevância contraditórias as de adaptação inseridas pela sociedade, voltadas para aspectos patológicos e biológicos.
Fernand Deligny (1913-1996)
Fonte: http://www.editions-arachneen.fr/?p=1625 (maio de 2017)
Referências Bibliográficas:
Disponível em: http://www.editions-arachneen.fr/?p=1625 Acessado em: 21 de maio de 2017;
MATOS, Sônia Regina da Luz. Os educadores franceses Célestin Freinet e Fernand Deligny. Revista Iberoamericana. http://seer.fclar.unesp.br/iberoamericana;
MIGUEL, Marlon. Guerrilha e resistência em Cévennes. A cartografia de Fernand Deligny e a busca por novas semióticas deleuzo-guattarianas. In: Revista Trágica: estudos de filosofia da imanência -1º quadrimestre de 2015 - Vol. 8 - nº 157. Disponível em: >http://tragica.org/artigos/v8n1/miguel.pdf< Acessado: em 13 de maio de 2017;
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